É um dos enigmas de nosso tempo: a tecnologia em geral e a internet em particular acostumou todos nós a acessar conteúdo de graça. Está tudo lá, ao alcance de quem teclar. Ninguém quer pagar nada por livro, música, cinema, jornalismo. Mas vai mais longe. Ferramentas digitais ajudam todo mundo a comprar mais e mais barato todo tipo de produto, de alface orgânica a armário para o bebê.
Ótimo para quem compra, péssimo para quem vende. As margens de lucro vão sendo espremidas, e os empregos terceirizados para cada vez mais longe. Sugira que alguém deve pagar por música, filme ou jornalismo, e só falta os mais jovens te cuspirem na cara. Sugira que estes mesmos jovens trabalhem de graça, e serás chamado de porco capitalista.
Esses tempos atrás, eu li sobre a debandada da indústria têxtil da China. É, os salários chineses subiram um pouco nos últimos anos, as empresas estão indo para lugares onde os salários são mais desgraçados, Miyamar, Laos e por aí vai. Tá pensando que é para fabricar porcaria?
Estas fábricas produzem roupas com algumas das grifes mais famosas do Ocidente. A mocinha compra a blusa pensando em Paris e Milão, mas ela foi fabricada por uma garota do Laos de dezoito anos, que trabalha 14 horas por dia...
Tá, é drama bem mais explícito para proletários asiáticos do que para o brasileiro que quer viver de conteúdo. Mas pega mesmo assim. Tenho um amigo que dirige uma das maiores revistas do país. Sabe que o futuro já chegou e se instalou e quer fazer parte dele.
Mas quando eu conto como é o mundo digital, ele gela. Como sobreviver? Como exercer sua profissão? E o que garante que o modelo de negócio e trabalho que funciona hoje vai ser viável no ano, no mês que vem?
Donde que apareceu este tema para a próxima Campus Party. Quatro caras que têm o que dizer sobre o assunto, e respeitáveis currículos para bancar seus pitacos. E seu amigo aqui, convocado para moderar o papo, ou melhor, provocar debates e aumentar a temperatura ao talo.
Serão 45 minutos no mínimo interessantes - resuminho oficial abaixo. Se vais ao Campus Party, está convidado. Te espero no dia 10/2, das 15h15 às 16h45, no Anhembi Parque!
A CULTURA DO GRÁTIS E DO FREEMIUM TRABALHANDO A SEU FAVOR
Um mundo free representa um apelo enorme para os usuários, mas um enorme desafio para quem quer viver da internet. Uma discussão sobre os modelos, oportunidades e ideias (que vão além da publicidade) para resolver essa questão!
Debatedores
Caique Severo
Jornalista com formação em administração e marketing, trabalha com internet desde 1993. Participou da criação de alguns dos principais portais brasileiros, como Brasil Online, Zaz e Terra. Desde 2007 é um dos responsáveis pelo portal iG.
Jonny Ken Itaya
Responsável pelo Migre.me, um dos principais aplicativos para Twitter no Brasil. Trabalha com informática desde 97. Já trabalhou com edição de fotos, animações flash, administração de redes e programação. Também participa do Decodificando, podcast que fala de aplicação das leis sobre as novas tecnologias, é colunista do Techtudo e blogueiro no Infopod.
Daniel Wjuniski
CEO e co-fundador do Minha Vida. Também é sócio e participou da criação do Portal iCarros junto com os fundadores da WebMotors e do Banco Itáu. Foi selecionado pela Endeavor em 2009. Em 2011 foi vencedor do prêmio Empreendedor do Ano - E&Y, na categoria Emerging e do Prêmio Empreendedor de Sucesso da revista Pequenas Empresas Grandes negócios.
Alexandre Canatella
Empreendedor nato, apontado pelo revista Próxxima como uma das personalidades pioneiras da internet brasileira, co-fundador de CyberCook, CyberDiet e VilaMulher. sobrevivente da bolha de internet com o modelo de freemium no ano de 2000 com o lançamento de um serviço de dietas online. Palestrante e debatedor nos principais eventos e conferências do mercado online, escreve para ResultsOn e INFO. Ganhador do Prêmio iBest, ABANET e Prêmio ""Hermann Gmeiner"" de Responsabilidade Social.
André Forastieri (mediador)
Diretor de conteúdo do portal social Bubot e da Tambor Digital, agência de conteúdo e marketing especializada em games. Jornalista desde 1988, passou pela Folha e revistas Bizz e SET; fundou e dirigiu durante doze anos a Conrad Editora, especializada em quadrinhos e livros; foi diretor editorial da revista PC Magazine. Escreve sobre cultura, comportamento e tecnologia em seu blog, no portal R7.
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